Lost Highway


Fred é saxofonista de profissão. É condenado pelo assassínio da sua mulher após uma sucessão de acontecimentos tão bizarros como opacos. Na prisão, transforma-se (ou coisa parecida) num outro mais jovem, Pete, mecânico de automóveis. Pete é liberto e apaixona-se por Alice, versão loira de Renee, ex-mulher de Fred.

Lynch é assim. Desenha-nos um mundo surreal, esquizofrénico, sem sentido aparente, coberto de metáforas e simbologias que nos mantêm num estado de perplexidade permanente. Do inicio ao fim, o filme é um completo mindfuck (talvez o maior construído por Lynch) de semblante carregado e amargurado, e com uma atmosfera pesada, muitas vezes sombria que origina momentos de suspense à séria, e não daqueles que apenas fingem ser. Mais que tudo, o filme tem a virtude de nos agarrar a uma narrativa irrealista, esquiva e absurda. Ou se calhar a virtude está em sê-la precisamente assim.

No final, cada um terá a sua interpretação da trama e é um exercício sempre interessante ouvir novas e contrapô-las à nossa. Não será dos melhores filmes de Lynch, mas não andará longe.

3 comentários:

Timóteo de Azevedo disse...

Não consigo perceber a partir do momento em que ele acorda na prisão. Tenho que rever.

Gonçalo Dias disse...

Lá mais para o fim, o filme dá-nos uns lamirés sobre o que se esteve a ver nas duas horas anteriores, mas a percepção completa do mesmo nunca é clara. Também o voltarei a ver.

LiMpA_ViAs disse...

hei-de dar oportunidade!

Enviar um comentário

top