
O filme não vale pelo enredo, embora tenha a sua significância, mas pela forma como se mostra. Ao longo de hora e vinte, não há diálogos, apenas cenas medonhas, obscenas, e verdadeiramente desagradáveis, levadas ao extremo do tolerável e impulsionadas por um preto e branco sujo e intratável. O trabalho de imagem é, aliás, de uma originalidade tenebrosa e vale só por si a visualização da metragem. Os efeitos sonoros naturais, repetitivos, abstractos, formam uma cacofonia que ajuda a um desconforto e mal-estar inevitável.
O resultado é uma experiência sem par. Cada imagem é uma perversão hipnótica, um psicadelismo feio e disforme. Quem procura algo de diferente e verdadeiramente único tem aqui um achado.
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